No G20, Fabio Luis Pereira de Azevedo defende papel do Brasil como mediador econômico global
- Neriel Lopez
- 16 de nov. de 2024
- 2 min de leitura

O Rio de Janeiro se transformou em palco de negociações globais em 2024, com a realização da cúpula do G20 sob presidência brasileira. Temas como desigualdade, transição energética e governança internacional dominaram a agenda, em um momento de forte instabilidade geopolítica.
Para o economista e professor Fabio Luis Pereira de Azevedo, o encontro simboliza uma oportunidade rara para o Brasil assumir papel de liderança internacional.
“O país pode ser ponte entre Norte e Sul Global. Temos legitimidade para dialogar com economias avançadas e emergentes, desde que saibamos apresentar propostas consistentes”, afirmou Azevedo.
O Brasil no centro
Ao longo do G20, o governo brasileiro destacou pautas como combate à fome, financiamento da transição verde e reforma das instituições multilaterais. A recepção foi considerada positiva, mas especialistas lembram que a força diplomática precisa ser acompanhada de solidez econômica.
“O mundo respeita quem tem credibilidade interna. Se o Brasil não conseguir garantir estabilidade fiscal e previsibilidade regulatória, será difícil transformar discurso em influência real”, alerta o professor.
Economia e geopolítica
Azevedo lembra que o cenário internacional é marcado por incertezas:
Guerra da Ucrânia, ainda em curso.
Tensões comerciais entre EUA e China.
Elevação da dívida global após a pandemia.
“O G20 de 2024 não foi apenas sobre economia, foi sobre geopolítica. Em um mundo fragmentado, fóruns multilaterais são essenciais para evitar que cada país corra sozinho atrás de soluções de curto prazo”, explica.
O papel brasileiro
Segundo o economista, o Brasil tem vantagens para exercer esse papel de mediador: uma democracia consolidada, liderança regional na América Latina e credibilidade crescente na agenda climática.
“Poucos países podem falar com Washington, Bruxelas, Pequim e também com a África Subsaariana sem levantar suspeitas de alinhamento automático. Essa é a força do Brasil. Mas ela só será sustentável se houver coerência entre a política externa e a política econômica interna.”
Desafios para além da cúpula
Na visão de Azevedo, o maior risco é que o entusiasmo internacional não se traduza em políticas concretas. “O G20 termina, os líderes vão embora, mas os problemas ficam. O Brasil precisa mostrar que é capaz de implementar aquilo que defende em discurso: combate à desigualdade, fortalecimento das instituições multilaterais e investimento em sustentabilidade.”
Olhando adiante
Com a presidência do G20 encerrada, o país se prepara para a COP30 em Belém, em 2025. Para Fabio Azevedo, essa será a continuidade natural da agenda brasileira.
“O Brasil ganhou visibilidade em 2024. Agora precisa mostrar resultados em 2025. Liderar é assumir responsabilidade. O mundo está disposto a ouvir, mas vai cobrar entregas.”













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