Fraude do INSS: Mãe de Presidente da IMPD e pr. Matheus, sobrinho de Valdomiro Santiago , fraudaram aposentados

Sonia Maria de Oliveira (irmã de Valdemiro)

Não é só público, mas também notório que o autointitulado “apóstolo” Valdemiro Santiago de Oliveira não apenas utiliza sua família como instrumento de blindagem patrimonial, mas também se vale de sua influência religiosa e midiática para fomentar alianças políticas estratégicas. Dos idos de 2023, durante celebração televisionada, o referido líder religioso declarou apoio explícito ao Sr. Milton Leite, então Presidente da Câmara Municipal de São Paulo e ao Delegado Roberto Monteiro, candidato à vereança, evidenciando a existência de uma possível rede de favorecimentos mútuos.

As investigações conduzidas pelo Ministério Público de São Paulo, no âmbito da Operação “Fim da Linha”, apontam indícios de ligação entre Milton Leite e a empresa “Transwolff”, acusada de lavar dinheiro para o PCC. A presença do vereador em culto promovido por Valdemiro, em apoio à candidatura de Monteiro, reforça a tese de alinhamento político-religioso com interesses convergentes.

O Delegado Monteiro, amigo íntimo de Valdemiro Santiago, figura como Delegado Seccional do Centro e mantém relação muito próxima com o ex-Delegado hoje aposentado Maurício Del Trono Grosche. Ambos conduziram inquéritos de interesse direto do “apóstolo”, inclusive após transferência de Grosche para outra unidade, quando este teria levado consigo, de forma incomum e totalmente irregular, procedimento policial instaurado por iniciativa do líder religioso e de seu sobrinho (ex-presidente da IMPD, pastor Mateus Machado de Oliveira) — conduta que afronta os princípios da legalidade e impessoalidade e sobretudo, competência.

Mais tarde, a escolha da banca João Victor Abreu Advogados Associados para representar judicialmente ambos os delegados junto aos autos 1107270-60.2023.8.26.0002 em tramite pela 8ª Vara Cível de São Paulo, coincidentemente a mesma que atua na defesa de Valdemiro Santiago noutras demandas, levanta óbvias suspeitas sobre a existência de interesses jurídicos compartilhados e reforça o cenário de bem possível conluio;

No tocante a “amizade” existente entre o então ex-Presidente da Câmara Municipal de São Paulo Sr. Milton Leite e o Delegado Monteiro, merece destaque a “transcrição” prestada por Waltercio Isaias junto aos autos do processo 1042246-48.2024.8.26.0100 intentado pelo Delegado Monteiro à título de “danos morais” que curiosamente fora determinado abandono e consequente extinção motivada por inércia Autoral:

....Estou aqui nesse momento pra falar a respeito do delegado Roberto Monteiro, e falar pra vocês quem é verdadeiramente Roberto Monteiro. Vamos seguir algumas fotos aí e depois eu vou chegar na conclusão quem é Roberto Monteiro. Vamos lá. Aí é uma foto aí de Roberto Monteiro juntamente com Milton Leite, vereador de São Paulo e presidente da Câmara de Vereadores. Mais uma foto de Roberto... aliás, um vídeo de Roberto Monteiro. E ele aí querendo se aparecer. E essa amizade aí, aí é uma foto dele aí, do delegado, juntamente com o presidente da Câmara, Milton Leite, e essa amizade deles dois já vem há longos e longos das décadas de anos. Já vem há muito tempo. Então, hoje o delegado Roberto Monteiro se tornou um lagarto de Milton Leite. Ou seja, por que se tornou um lagarto de Milton Leite? Porque ele deve muitos favores a Milton Leite. E hoje, o papel que ele atua, o delegado Roberto Monteiro, é um papel voltado ao querer do vereador Milton Leite. Então, tipo, Milton Leite dá as cartas e ele, como cadelinha do Milton Leite, vai e faz o papel que Milton Leite deseja. Então é assim que atua. Vamos lá, mostrar coisas concretas do delegado Roberto Monteiro. Sabe o que é isso aqui? Isso aqui é um documento de São José dos Campos, a qual o delegado Roberto Monteiro, ele pede afastamento do cargo por conduta de corrupção. Quer dizer, foi articulado uma grande corrupção na cidade de São José dos Campos, a qual esse delegado Roberto Monteiro estava envolvido. E quando a casa caiu pra ele, o que foi que ele fez imediatamente? Ele praticamente pediu afastamento do cargo. Quando você não deve, você realmente responde a situação, mas não pede afastamento. E ele, reconhecendo que praticamente a entidade da Polícia Civil é um órgão sério, e ele pra não tentar manchar a entidade da Polícia Civil, ele pediu afastamento do cargo.  Isso aqui é um documento. Entendeu? Eu vou mostrar outro documento. Então está aí. E tem mais documento que ao longo dos dias eu vou estar postando pra vocês aí. Muitas coisas envolvendo o delegado Roberto Monteiro. Muitas coisas envolvendo esse delegado que hoje a vida dele praticamente é destruir, tentar destruir pessoas de bem, pra tentar satisfazer o ego de Milton Leite. Entendeu qual é a visão que vocês trabalhadores tem que ter? Então tá aí. Esse delegado que paga uma de santinho, mas é um verdadeiro corrupto. É um cara que praticamente... e outra coisa, é reconhecido como um delegado que gosta de forjar crime. É o que ele vem fazendo nesses últimos dias aí, forjando crimes pra tentar incriminar outras pessoas, a qual nós sabemos o papel que ele vem fazendo aí pra tentar satisfazer a vontade do Milton Leite. Então está aí, esse aí é o delegado Roberto Monteiro, a qual tem aí praticamente crimes de corrupção cometido por esse delegado. E hoje ele quer praticamente crucificar outras pessoas aí pra tentar encher o ego do vereador Milton Leite. Então está aí, categoria, esse cara mesmo, que quer dar uma de um bom samaritano, mas realmente tem um passado horrendo. Tem um passado sujo. Manchando a corporação da Polícia Civil. Então é um apelo que eu faço aí pra corregedoria da Polícia Civil, e até mesmo pro governador do estado aí, para que atua nessa situação desse delegado Roberto Monteiro e veja os crimes que ele ainda continua fazendo dentro de São Paulo. Então, logo, logo vai ter mais vídeos sobre você, Roberto Monteiro. Tá? Estamos aqui munidos de documentos sobre você e mostrar pra essa categoria que você não passa de um lagarto do Milton Leite.

 Paralelamente, a irmã de Valdemiro, Sonia Maria de Oliveira, figura como dirigente do CEBAP, entidade investigada pela Polícia Federal por envolvimento na chamada “farra dos descontos” sobre aposentadorias do INSS. O CEBAP arrecadou mais de R$ 200 milhões desde dezembro de 2022, e outra entidade UNSBRAS/UNABRASIL igualmente ligadas à família do “apóstolo” faturou R$ 150 milhões. Tais vínculos familiares com entidades sob investigação por fraudes previdenciárias ampliam o espectro de influência do líder religioso em esferas públicas e privadas.

Esse conjunto de fatos ainda que pendente de apuração conclusiva revela um padrão de atuação que compromete a imparcialidade institucional e sugere a existência de uma rede de favorecimentos que extrapola os limites da legalidade paulistana. A atuação da imprensa investigativa, respaldada pelo direito constitucional à informação, tem sido essencial para trazer à luz tais irregularidades, cuja apuração rigorosa é imperativa;

Diante da extrema gravidade dos elementos expostos, todo procedimento fora direcionado à Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, a fim de verificar o real andamento dos procedimentos investigatórios acerca da atuação de ambos os Delegados envolvidos e assegurar a transparência e legalidade que o caso exige.

Não bastasse a amizade estabelecida entre os delegados atuantes em demandas criadas por Valdemiro no firme propósito de estancar a hemorragia das doações que vem o assolando, um relatório da Polícia Federal (PF) no âmbito da “Operação Mafiusi”, que investiga um grupo especializado no tráfico internacional de drogas, também aponta para o envolvimento do pastor Valdemiro Santiago de Oliveira com Willian Barile Agati, conhecido como o “concierge do crime”.

A suposta relação entre eles é narrada pelo empresário Marco José de Oliveira, que fez um acordo de delação com a corporação. Segundo ele, Agati teria começado a andar com um “pecuarista” que supostamente lavava dinheiro por intermédio de Valdemiro.

“Willian Barile começou a andar com um pecuarista muito forte. O nome é Joselito Golin, apelido Paulo Golin, um dos maiores pecuaristas do Mato Grosso. Esse cara é cinquenta vezes maior que o Cabeça Branca”, diz trecho da delação.

O Cabeça Branca seria Luiz Carlos da Rocha, considerado um dos maiores traficantes da América do Sul. Ele foi preso em julho de 2017.

Segundo o delator, Joselito Golin “esquenta dinheiro dentro da Igreja do pastor Valdemiro [sic] Santiago”. Valdemiro é proprietário da Igreja Mundial do Poder de Deus, além da Intertevê Serviços e a Jet Wings Táxi Aéreo, que também são citadas na apuração.