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Agro, defesa e saúde: Brasil e México atualizam acordo comercial após 20 anos

  • Foto do escritor: Neriel Lopez
    Neriel Lopez
  • 29 de ago.
  • 2 min de leitura

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, classificou como “muito proveitosa” a reunião realizada nesta quinta-feira (28) com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, na Cidade do México.

O encontro marcou um passo estratégico na relação bilateral, com a assinatura de um documento para modernizar o Acordo de Comércio Exterior e Investimento Recíproco — em vigor há mais de duas décadas.

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A atualização do tratado visa ampliar a integração entre as duas maiores economias da América Latina, com foco na complementariedade econômica.

“Avançamos no agro, abrindo mercado para pêssego, aspargos e derivados de atum. Também pedimos que a rastreabilidade não interrompa a corrente de comércio”, afirmou Alckmin.

Ele lembrou que os dois países já haviam trocado aberturas de mercado anteriormente — o Brasil para o abacate mexicano, e o México para farinha, bovinos e suínos brasileiros.

O México figura hoje como o sexto principal destino das exportações brasileiras e o sétimo parceiro na corrente de comércio total. Em 2024, o fluxo bilateral chegou a quase US$ 14 bilhões, com destaque para os setores automotivo, agrícola e de carnes.


Embraer no centro das discussões

Outro tema estratégico discutido durante o encontro foi a ampliação da cooperação na indústria de defesa. Alckmin destacou o interesse do México no cargueiro C-390 da Embraer (EMBR3), aeronave que já foi adquirida pelo governo mexicano em um lote de 20 unidades.


A Embraer mantém uma operação relevante no país, com mais de mil colaboradores em sua fábrica local. O vice-presidente defendeu o fortalecimento da parceria como forma de impulsionar a presença da empresa na região, aproveitando a sinergia entre as capacidades industriais dos dois países.


Saúde e inovação

Na área da saúde, os dois países acertaram um avanço regulatório que pode acelerar a liberação de medicamentos e reduzir custos no setor farmacêutico. A partir do novo entendimento, Brasil e México passarão a reconhecer mutuamente etapas das análises conduzidas pela Anvisa e pela Cofepris (a agência sanitária mexicana).

“Queremos ganhar tempo no registro de fármacos. As fases feitas aqui serão válidas lá, e vice-versa. Isso antecipa o lançamento de medicamentos e reduz custos”, afirmou Alckmin, ressaltando o potencial de inovação e competitividade que esse mecanismo pode trazer.


Turismo, COP30 e aproximação diplomática

O encontro também tratou de medidas para facilitar o turismo entre os dois países. Entre os instrumentos em análise está a implantação de vistos eletrônicos, para fomentar o intercâmbio comercial e cultural.

Alckmin aproveitou a ocasião para convidar oficialmente a presidente Claudia Sheinbaum a participar da Conferência do Clima (COP30), que será realizada em Belém (PA), em novembro deste ano. O gesto reforça a aposta brasileira em liderar a pauta ambiental e estreitar laços com vizinhos estratégicos no continente.

 
 
 

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