Tempestade de neve no Everest deixa mais de mil de pessoas presas em acampamentos

Uma forte tempestade de neve atingiu a face leste do Monte Everest, no Tibete, deixando milhares de pessoas presas em acampamentos localizados em uma das áreas mais remotas e inóspitas do planeta. O episódio mobiliza equipes de resgate chinesas desde a noite de sexta-feira (3), em meio a condições climáticas extremas.

Segundo a mídia estatal chinesa, cerca de 350 pessoas já foram resgatadas e levadas para a cidade de Qudang, a mais próxima da região afetada. Outras 200 foram localizadas nesta segunda-feira (6), segundo a agência Reuters.

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Inicialmente, as autoridades estimavam que cerca de mil escaladores e turistas estivessem isolados. As operações de busca se concentram em encostas a mais de 4.900 metros de altitude, onde a espessa camada de neve bloqueou trilhas e estradas de acesso.

A equipe Blue Sky de resgate, do Tibete, informou ter recebido alertas de barracas desabadas e casos de hipotermia entre caminhantes.

Região sob alerta

O governo local enviou centenas de moradores e militares para desobstruir as vias de acesso ao acampamento e instalar abrigos emergenciais. A Companhia de Turismo do Condado de Tingri suspendeu as visitas e a venda de ingressos para a Área Cênica do Everest desde sábado (4).

A tempestade coincide com a “Semana Dourada”, período de grande movimentação turística na China por conta do Dia Nacional. A alta concentração de visitantes em regiões montanhosas agravou os riscos e complicou as operações de resgate.

Enquanto o Tibete enfrenta a nevasca, o Nepal, país vizinho, sofre com chuvas torrenciais que provocaram deslizamentos de terra e inundações, deixando ao menos 47 mortos nos últimos dois dias. O tufão Matmo, que atingiu o leste da Ásia, também afetou parte do território chinês, forçando 150 mil pessoas a deixarem suas casas.

Turismo em risco

O Everest, o pico mais alto do mundo, com 8.849 metros, é um dos principais destinos turísticos da região e tem recebido investimentos em infraestrutura nos últimos anos.

A Área Cênica do Everest inclui o acampamento-base, mirantes, mosteiros e vales que atraem milhares de visitantes por ano, mas o aumento do turismo também tem ampliado os riscos ambientais e de segurança.

Apesar dos avanços tecnológicos e das políticas de controle, a escalada ao Everest continua sendo uma das mais perigosas do planeta, marcada por superlotação e fatalidades recorrentes.